sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Eu me descobrindo

Fora a minha própria objetivação 
é irônico como é fácil observar os outros e 
esquecível de olhar para o eu, não pelo fato do julgamento, 
mas sim pelo fato que por tantas vezes olhei os outros e esqueci de mim. 
Me colocando sempre como objeto e nunca como sujeito. 
(Psicanálise do fim dos tempos) 
Por tantas vezes me confundi com o toque e me entreguei... 
Por tantas vezes por carinho deixei acontecer…

Nunca soube demonstrar meus sentimentos, não sei se era pelo fato de "esperar o cavalheiro de armadura dourada em seu cavalo branco" porque nunca pensei assim. Era, mas uma coisa que não via como normal. Acho fofo e lindo quem abraça, beija só para demonstrar afeto, sempre encarei aquilo como algo mais, nunca fui de abraçar e de beijar, sempre fui a de mostrar afeto estando presente, eu estaria lá, eu faria com você e por você(pessoa que estaria recebendo minha afeição). 

Sempre tive aquele jeito de moleca, brincava na rua com os meninos, pega-pega, esconde-esconde, polícia e ladrão. Não me importava com nada fora disso, brincar para mim era tudo, mas aí todo mundo "cresceu" queriam outras coisas agora, e eu nem sabia o que estava acontecendo, mas queria atenção porque as meninas tinham atenção dos meninos. 

Então aprendi a fazer o que todo mundo fazia, de alguma forma tive a atenção que supunha que queria, mesmo que em segundo plano, porque fui sempre a segunda opção, porque nunca fui a mais arrumada, muito menos a mais bonita e minhas amigas eram bonitas sempre foram nem só por fora, mas sempre tinham uma beleza rara, sempre me encantei por belezas raras (mas agora que cresci vejo o quanto o critério de beleza e subjetivo e também como é superestimado - risos -,  consigo imaginar alguém lendo isso e falando que só diz isso por que é feia, como é notável a pressão psicológica, mas isso é assunto para outro texto). Falo isso porque me apaixono não por belezas superficiais, mas sim pela beleza de dentro, mas somos falhos deixamos as coisas acontecerem perdemos a nossa beleza interna para deixar a externa mais acentuada. 

Para ser aceita me perdi em mim mesmo e no final fiquei sozinha, fui abandonada por aquele grupo e que tanto lutei por atenção. É assustador ficar sozinho, mas ajuda a levantar porque, no fundo, quando ninguém estiver por perto, só restará você, mesmo que você se odeie, mesmo que você odeie a imagem refletida no espelho, mesmo que você odeie sentir muito ou pouco ainda é você... Porque é tão difícil aceitar?

Não tem só a beleza como critério de aceitação 
E a inteligência? O humor? A alegria? A empatia? O cuidado? A seriedade?

Talvez se parássemos de olhar os detalhes e olhássemos o todo ou para quem precisa olhar os detalhes para entender o todo, só deixar acontecer, não no sentido literal, mas só para respeitar ou aceitar(mesmo que não caiba a você a aceitação), mas tentar entender seria tão bom. 

Para mim o princípio da empatia é entender o outro, não basta só se colocar no lugar. Não pode medir a situação do outro com a sua própria régua.

22/11/2019

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